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Paulo Spagnol
Gabinete

Prefeito BIG relembra discurso histórico de 1955

Fala foi proferida pelo primeiro presidente do Legislativo tapejarense Miguel Tabbal
Por . - Assessoria de Imprensa
Publicada em 17/10/2025 16:12

Na noite de ontem (16), durante o evento de lançamento do documentário “O Legado dos Prefeitos”, promovido pela Câmara de Vereadores de Tapejara, o prefeito Evanir Wolff (BIG) emocionou os presentes ao reler trechos de um dos discursos mais emblemáticos da história do município.

O texto foi originalmente proferido em 1955, na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, por Miguel Tabbal, então vereador representante do distrito de Tapejara que, à época, ainda pertencia àquele município. Posteriormente, Miguel Tabbal se tornaria o primeiro vice-prefeito de Tapejara, após sua emancipação político-administrativa.

O prefeito BIG destacou que teve acesso ao discurso original e decidiu apresentá-lo durante o evento como forma de resgatar as origens da cidade e refletir sobre sua atualidade. “Há sete décadas, Miguel Tabbal já falava sobre o sentimento de empreendedorismo e de coletividade que fez Tapejara nascer. Ler essas palavras hoje é entender que o município manteve o mesmo espírito de união e trabalho”, afirmou.

O discurso, considerado um verdadeiro testamento dos valores que fundaram Tapejara, reforça a importância da memória coletiva e da preservação da identidade local. O evento também destacou o papel dos líderes e da população que, com esforço e idealismo, construíram os alicerces da cidade.

A seguir, o discurso histórico na íntegra, proferido em 1955 na Câmara de Vereadores de Passo Fundo:

Como uma decorrência natural do progresso e da civilização humana, mais um município se instala hoje em nosso país. É a força viva da nação formando novas células administrativas para melhor atendimento dos interesses coletivos. A história dos municípios vem de longe. Pode-se dizer que nasceu com a origem dos povos.


Não foi preciso muitos cálculos e regras para que os dirigentes das nações chegassem à conclusão da necessidade de dividir e subdividir os grandes territórios em áreas menores e livres, lógica e facilmente bem melhor administráveis do lado prático e desta forma estarem mais próximos das leis e regulamentos.


O nosso município, à mercê do sacrifício do pugilo dos homens idealistas de um lado e da compreensão elogiável de um grupo de deputados por outro é hoje realidade. Dentre os primeiros, quero citar o nome do padre Raimundo Damin, que foi a figura propulsora do nosso movimento emancipacionista secundado por tantos outros abnegados companheiros.


A ele, padre Raimundo Damin, que dentro de pouco deixará nossa paróquia, justamente por possuir altas qualidades de orientador e condutor de almas, a nossa mais reconhecida gratidão. A transferência, meus senhores, será apenas física, porque a sua figura moral ficará no coração de todos os habitantes de Tapejara. E o símbolo da sua capacidade, gravado indelevelmente no cimento armado da majestosa igreja por ele idealizado e posta em construção.
E dentro dos deputados que sentiram e compreenderam o nosso anseio de autonomia administrativa, citarei com reverência toda especial esta figura de projeção, este nome já consagrado de Vitor Graeff, digníssimo presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande Sul, que acompanhando o desenvolvimento da nossa campanha emancipadora, tudo facilitou para que fosse atingido o nosso ideal.


Odalgiro Correia, nosso incansável amigo de todas as horas, que com sua extraordinária capacidade, sempre esteve atento e solícito aos nossos interesses. Lembra ainda o nome dessa esperança jovem, desse dinâmico, capaz e diligente deputado Lameson Porto, que tão bem se houve na tarefa de evidenciar a seus demais colegas a justiça da nossa causa.


O interesse desses ilustres deputados como patronos que são de nossa comuna, tenho a certeza absoluta que não findará no dia de hoje, eles continuarão zelando dentro de sua alçada pela boa solução de nossos principais problemas administrativos. E posso afirmar que o povo de Itapejara jamais esquecerá de quem tão desprendidamente o auxiliou.


Se pesados foram nossos esforços em prol da criação do município, responsabilidades maiores teremos no funcionamento inicial. É nosso firme propósito, vereadores eleitos pelo povo de Tapejara, dedicarmo-nos com perseverança e boa vontade, sem medir sacrifícios, a resolução satisfatória de todos os problemas municipais.
Neste recinto sagrado, onde impera a vontade do povo, nós, os seus representantes, defenderemos energicamente tudo que for feito em favor do desenvolvimento de nossa comuna, tudo que trouxer paz e harmonia entre nossos concidadãos. Seremos obstinados adversários de tudo aquilo que venha a entravar o nosso progresso, de tudo aquilo que possa originar discórdia e injustiças. Zelaremos desveladamente pela integridade desta jovem célula da nação. Não decepcionaremos aos que em nós confiaram.


Assim como na infância a educação forma o caráter do indivíduo, nós, os representantes do povo, reconhecemos que se agigantam as nossas responsabilidades ao nortear as diretrizes que regiram os primeiros passos, ainda vacilantes da nova comuna. Jamais fugiremos ao cumprimento de nossos deveres.


Dispostos estamos para, em colaboração com o executivo, em cuja frente se encontra a personalidade vibrante de tranquilo baço, outro grande peladino da nossa emancipação e que tem como seu substituto legal a figura inteligente e ativa de Angelo Guini, dar solução satisfatória e justa a todos os interesses do bem público.


Teremos a firme convicção que os poderes legislativo e executivo, dado o alto espírito de compreensão e boa vontade de que estão imbuídos os seus componentes, tudo hão de fazer para que a administração se processe dentro de um clima de harmonia e de desprendimento pessoal em benefício do bem coletivo.


E nessa altura em que o município já foi criado, lançamos um veemente apelo aos indiferentes e aos que divergiram de nossas ideias emancipacionistas para que reconsiderem a sua atitude, ensejando-nos uma oportunidade para que possamos provar com o decorrer do tempo que a emancipação só lhes trará benefícios. E para todos aqueles que nos confiarem com seus votos, queremos advertir que estes não bastam aos seus dirigentes.


É preciso que continue nos amparando, embora com pequenas parcelas de sacrifício, para que se obtenha os recursos necessários com os quais se possa garantir o amparo econômico, viga mestra de uma boa administração. Meus senhores, se alcançarmos o nosso desiderato, estaremos em paz com nossa consciência. Estaremos quites com a confiança em nós depositada pelo povo, o único credor de nossas ações e nossa vida pública.

Miguel Tabbal

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